Formada em Campo Grande, MS em 2009, Bravo e Meio é uma banda de hardcore que, por vezes puxa o som pro melódico, por outras vezes puxa pro tradicional.
Em seu EP mais recente, “Complicando Coisas Simples” (2023), o trio transmite o rumo que pretende tomar: melodia, braveza, instrumentais cativantes e letras cheias de sentimento.
Conversamos com o vocalista e guitarrista Guilherme sobre a história da banda, o último EP (e os próximos) e mais na entrevista que você lê a seguir:
Vocês podem se apresentar pra quem não conhece?
Nós somos uma banda de hardcore de Campo Grande, MS. A banda começou no longínquo ano de 2009, mas a gente alternou nesse tempo vários períodos de inatividade. Em 2022 nós conseguimos restabelecer uma certa regularidade e bolamos o plano maléfico de lançar 3 EPs de 6 músicas cada. Estamos nos finalmentes para lançar o segundo, agora em 2025.
Quais são algumas das influências da banda?
Principalmente hardcore nacional dos anos 90 e 2000: Dead Fish, Garage Fuzz, Noção de Nada. Aí no caldeirão eu acrescento música sertaneja, o Manoel é pagodeiro e o Rodrigão é Iron Maiden.
A Bravo e Meio já tem muitos anos, certamente houveram mudanças (incluindo uma de nome). Vocês podem falar um pouco sobre a trajetória? E a escolha de continuar com a banda?
Sim, muitas mudanças! As mais abruptas foram no número de integrantes, enquanto o tempo passava, a vida nos enxugou de quinteto para trio, e de nome: até 2019 a banda se chamava Bravo, mas era um nome meio comum e tinha uma porrada de Bravo por aí, fora marca de pimenta, modelo de carro, revista cult… Aí resolvemos aumentar a aposta e nos rebatizamos, porque remédio pra doido é doido e meio, etc.
O último lançamento de vocês, “Complicando Coisas Simples”, é meio que um apanhado desse tempo todo. Como foi a produção do EP?
Sim, a gente gravou músicas de 2006, antes da banda existir, e músicas que concluímos no estúdio em 2023. Como era meio que um renascimento e início de uma fase nova, achamos adequado fazer esse apanhado. Mas em geral a gente demora um pouco pra tudo, então no EP deste ano também tem músicas que começamos a escrever há mais de 10 anos e só fomos bater o martelo de como ficariam agora.
Compor músicas pra gente é um caminho tortuoso, mas as novas estamos gravando com o Alex Nightless, que é um cara muito competente aqui da cidade. Aí estamos experimentando várias coisas que nunca tínhamos feito, a gente compôs algumas enquanto gravava, incluiu violões, introdução com beat eletrônico e algumas participações.
O resultado tem deixado a gente bem feliz. Quando os três EPs estiverem na praça e der pra entender onde eles conversam um com o outro vai ser bem legal.

Como é ter uma banda fora do eixo das cidades grandes? Campo Grande é populosa, mas tem um ar de cidade do interior.
Acho que a característica geográfica que tem mais impacto pra gente é que em vários lugares do país as cidades são mais próximas umas das outras, e é possível armar um circuito legal entre elas. Pra gente, a cidade mais próxima com uma cena e bares em que a gente se encaixa fica a quase 250 km de distância. A divisa com o estado de São Paulo fica a mais de 300 km e acho que a primeira cidade do Paraná em que tocamos fica a uns 600 km. Nós já tocamos nesses lugares (chamando a gente vai), mas não deixa de dificultar um pouco a logística.
E como é a cena na cidade hoje?
Nós sempre tivemos uma gestão pública inimiga de quem quer que trabalhe com cultura na cidade, entra gestão e sai gestão. Então é muito difícil para bares, eventos, gente que trabalha na parte técnica e artistas. Ao mesmo tempo, sempre houveram boas bandas, apesar de muitas terem pouca longevidade. Infelizmente teve muita banda boa que começou e acabou sem deixar nenhum registro. Acho que em 2022, com as coisas melhorando da pandemia, a cena de rock teve um pico, que deu uma diminuída no último ano e meio. Mas foi legal pra caralho ver um monte de banda surgindo com um pessoal mais novinho tocando, achei que não ia ver isso mais, que rock tinha virado coisa de tio, igual a gente.
Quais são os próximos planos da Bravo e Meio?
Lançar os próximos dois EPs da trilogia, tocar onde chamarem e sair na mão com gente babaca. Não necessariamente nesta ordem.
Últimas considerações? Algum recado?
Muito obrigado pelo espaço! Eu acompanho o Bus Ride Notes há um tempinho e sempre quis participar. Parabéns pelo trabalho e em breve mando novidades!
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Ex colaboradore das antigas Six Seconds e Calliope Magazine, entre alguns blogs de música. Resolveu fazer o próprio site enquanto não tem dinheiro o suficiente pra fazer uma versão BR do Audiotree Live.