Bus Ride Notes
Entrevistas

Entrevista: Mar de Lobos

Se você acompanha o Bus Ride Notes, provavelmente já conhece Mar de Lobos. A banda de Iperó, interior de São Paulo, participou do primeiro volume da Discografia Caipirópolis (aliás, um grandíssimo obrigado pela confiança em aceitar participar do que, na época, era só uma ideia).

Em fevereiro de 2022 eles lançaram “Divide Essa Dor Comigo”, o primeiro single do seu segundo disco, “Pancada”, lançado em abril. No single a banda já mostrava um pouco da mudança sonora que tiveram no novo álbum.

Conversamos com Mar de Lobos sobre “Pancada”, a história da banda e mais na entrevista que você lê a seguir.

Vocês podem falar um pouco sobre a banda pra quem não conhece?

Olá, somos a banda Mar de Lobos de Iperó, SP. A banda é formada por Pote, Yuri, Kauê e Judy, somos amigos de infância.

Esse ano fazemos nove anos e estamos em turnê de lançamento do nosso segundo álbum “Pancada”. Esse álbum foi produzido por nós no nosso home studio durante a pandemia.

Sonoramente “Pancada” é um pouco diferente dos lançamentos anteriores da banda. Quais foram as influências pro novo disco?

Nesse CD decidimos abrir mais a mente e incluir mais estilos no qual gostamos e de fato nos inspiramos. Tentamos sintetizar o máximo do que escutamos e amamos para criar um som novo e ao mesmo tempo nostálgico.

Dentre esses estilos estão o rap, hip-hop, groove, ska, reggae, grunge, jazz, além, claro, de passar por nossas raízes que são o punk e post-hardcore.

Além disso, ele é uma mistureba maior de sons, como foi o processo de composição?

A nossa forma de composição foi sempre muito natural e livre. Procuramos não colocar regras ou pressão em cima disso.

O “Pancada” em especial, foi lapidado durante a pandemia, tínhamos muito tempo e conseguíamos dar uma atenção maior pra cada detalhe. Inclusive muitas músicas surgiram ou foram terminadas durante esse período.

O improviso também sempre foi nossa brisa, muitas músicas só surgem no flow das ideias. Todos nós compomos, então fica mais fluido e sempre temos algo novo pra apresentar. Somos apaixonados em criar e com certeza essa é uma das partes mais gostosas de se ter uma banda pra gente. Inclusive já temos muitas ideias sendo formuladas para os próximos discos.

“Pancada” não é só o nome do disco novo, é também o nome de uma produtora de shows que vocês fazem parte, certo? Vocês podem falar sobre isso?

O Pancada Produções é um coletivo de artistas que são envolvidos na produção de eventos desde 2013. Em 2020 decidimos trabalhar também com produção fonográfica e audiovisual e abrimos um home studio.

Nesse momento decidimos gravar nosso álbum e aí uma coisa se uniu a outra. No fim, unificamos esse período em nossa vida com esse nome.

E como é a cena em Iperó?

Iperó é uma cidade bem pequena, ainda não há tantos artistas autorais e nem espaços para apresentações. A gente procura produzir e movimentar com eventos e mídia independente.

Desde 2013 estamos realizando eventos, lutando, unindo amigos e juntando forças com artistas da região.

Esse ano ficamos muito felizes pois conseguimos realizar o Pancada Fest, esse evento gerou muitas oportunidades pra comerciantes com a nossa feira livre, expositores e artistas em geral, a cultura em várias linguagens.

Últimas considerações, algum recado?

Ouçam o Pancada, colem nos shows e apoiem a arte autoral e independente, e claro, FORA BOLSONARO.