Bus Ride Notes
Resenhas

Ouvindo LILO, novo EP da Zero to Hero

Zero to Hero foi uma das primeiras bandas de emo e pop punk brasil da galera nova que ouvi. E ouvi por dias, é viciante. Tem a fórmula mágica, né (talento hehe). Eles sabem mesmo fazer música e música boa.

Escrevi pra banda um tempo atrás chamando pra tocar aqui na cidade um dia, que é o certo. Nunca deixem de escrever pras pessoas que tocam nas bandas que vocês gostam. Isso é uma cena, comunidade, uma baguncinha feita por pessoas que têm gostos iguais aos seus e querem construir coisas legais também.

E aí vamos falar do disco novo, “LILO”, que saiu no começo de fevereiro, mas só consegui ouvir ele inteiro agora. Resolvi fazer essa resenha, uma resenha tipo react que o povo gosta de fazer nos vídeos. Só que escrevendo, porque sou do time zine/blog. Então vamos.

A primeira música é “pink elephant” e já vem pesadona. É uma mistura de guitarra abelhona com uns piques pianinhos que é muito bonito. Tem parte pra pular e balançar a cabeça também, ein. Quase uma música completa de emoções, amo. Pra mim foi a melhor escolha pra abrir o disco, ouvindo “pink elephant” a gente já abre o coração pro que vai vir.

A segunda é “for the first time in a long time”, que letra incrível. Joguem no tradutor quem não sabe inglês (tipo eu). Ela começa com vocal e vai na levada. Um solinho/riff e toma o baixo na sua cara. Eu gosto muito desse tipo de pop punk, tem muita banda incrível fazendo esse rolê e Zero to Hero é uma delas, com certeza.

A terceira é “treze” e nossa, os caras sabem mesmo fazer música. Levada mais swingada, me lembrou umas coisas da Spoonboy, que gosto demais. A letra fala de má sorte, carinha azarado, mas olha que esse ano treze vai dar bom!

A quarta é a “home is where the heart is”, começa com chimbal dobrado que parece que está chovendo confete. Depois vem no embalo Zero to Hero que eles sabem fazer com maestria. Tem gente que chamaria essa música de indie, eu não ligo. Indie é legal também, mas prefiro trazer todas as coisas boas pra dentro do pop punk, porque é isso que merecemos, o melhor :).

A quinta é “changes”. Sensacional, tem outro vocal nela, eu acho, que é tão bom quanto o que a gente costuma ouvir nas outras. Essa explora outras paradas, umas quebradas talvez. Banda que alterna vocal é o ouro, acho que as nossas referências de pop punk aqui têm muito essa pegada e funciona perfeito.

Pausa para os anúncios do site que toca vídeo com música.

Esses dias vi uns vídeos da banda respondendo perguntas e uma delas era o lance da mídia física. A gente sabe que é um assunto polêmico e uma questão muito forte na música underground de hoje.

Acho que não há uma opinião certa sobre isso, a relevância está no que estamos vivendo de fato nesse nosso rolê. Como eles mesmos disseram, fiquem à vontade pra baixar e criar seu próprio CD da Zero to Hero piratão. Esse é o grande lance (eu fiz o meu, olha aí).

Chegou a última do EP, “sleep tight”. E já começo dizendo: como é que pode eles conseguirem fazer um disco com todas as músicas boas, né? Batera e guitarra abafadinha, agora sim, pode terminar o EP. Eu sou muito amante da abafadinha, seja ela qual for. Essa é diferente porque os meninos são diferenciados, mas eles conseguiram manter o legado pop punk vivo. Essa tem umas paradinhas na guitarra também, um lance espacial e tal. Só ouvindo mesmo.

É outro nível? É. Você não vai sair desse disco sem dar uma risadinha de leve, uma respirada mais funda, um comentário de canto de boca “tá foda, ein“.

O EP foi mixado e masterizado por Bruno Mokado, que também fez o breakwalls & buildbridges. Quase um quarto integrante. Nada soaria mais Zero to Hero do que a forma com que as músicas saíram.

A arte da capa é a coisa mais linda. Quem não ama doguinho e plantas de flores bonitas?