Com início em 2014 Jacau escolheu o hardcore crossover para transmitir suas letras de protesto.
Seu novo EP, “Tropical Nazismo” (2021), é “puro ódio contra o governo genocida que ainda perdura pós golpe” e foi lançado com apoio de 20 selos do Brasil afora e de outros países. Em 2022 a banda fez uma turnê passando por 14 estados.
Dá pra ver que Jacau é bem ativa, e junto do selo TOCAIA, que alguns de seus integrantes fazem parte, eles ajudam a movimentar a cena de Itabuna, BA.
Atualmente eles se preparam pra lançar dois singles e clipes e começar a pós-produção do seu próximo álbum, com lançamento previsto ainda pra 2023.
Hoje Jacau é formada por Jone (vocal, guitarra), Mike (baixo), Tinho e Ary Júnior (bateria).
Conversamos com Jone sobre a história da banda e mais na entrevista que você lê a seguir.
Vocês podem falar um pouco sobre a banda pra quem não conhece?
Somos uma banda de hardcore crossover de Itabuna, BA. Desde a nossa formação já nos apresentamos em vários estados do país. Também já lançamos três álbuns de estúdio, dois EPs, dois splits e participamos de várias coletâneas. Lançamos o material da banda em formato de CD, fita k7 e vinil.
Sonoramente “Tropical Nazismo” puxa mais pro metal, enquanto os discos anteriores tinham um pé mais no hardcore (nem todo mundo vai concordar comigo). Isso foi proposital? Como foi o processo de composição do disco?
Na realidade nossos álbuns sempre tiveram essa mistura porque sempre nos preocupamos com a letra. A música pode vir mais para metal, crossover, hardcore… Mas o “Tropical Nazismo” ficou muito evidente o lado do metal.
O disco foi criado na pandemia, tivemos que nos adaptar a fazer as músicas a distância, e queríamos escrever sobre esse momento que vivíamos de forma mais acentuada. Conforme as musicas foram surgindo esse som ficou bem evidente.
Em 2022 vocês também fizeram uma turnê enorme (pros parâmetros de bandas independentes) por várias regiões do país. Como foi a organização de tudo isso? E como foi a turnê? Rolou tranquila ou teve muito perrengue?
Realmente, conseguimos passar por 14 estados, tocando em 14 capitais e várias cidades. Em novembro de 2022 a banda teve que cancelar outra tour que passaria por Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Do Sul que vai ser alocada ainda em 2023.
A organização foi bem tranquila, conhecemos uma turma muito boa dentro do underground e conseguimos viabilizar esses shows. Ficamos bastante contentes que a galera sempre nos convida, o que facilita toda a logística. A tour rolou tranquila até demais!
Não passamos nenhum perrengue, muito pelo contrário, sempre bem recebidos pela galera que estava organizando e pelas as bandas que tocamos juntos. Na real a gente conhece praticamente todo o pessoal que organiza as datas, aí facilita muito, pois a banda tem um lado de levar a mensagem, depois o som.
Vocês já tinham feito uma turnê fora da região onde vocês moram?
Já sim, fizemos outras tours em outras regiões. Moramos no Sul da Bahia, cidade de Itabuna.
Vocês podem falar um pouco sobre a coletânea “Nordeste em Chamas”? Além de participar com a Jacau, alguns membros da banda também ajudaram a organizar ela, não é?
Isso, nós temos um selo e produtora chamado TOCAIA, onde lançamos todo material da Jacau e de outras bandas também, assim como realizamos eventos na Bahia.
A coletânea “Nordeste em Chamas” saiu em dois volumes. O primeiro com 101 bandas e o segundo com 105, um total de 206 bandas do Nordeste com representantes de todos os estados. Acredito que em 2023 saia o volume 3.
Conversar com esse tanto de bandas requer um bom tempo. Ambos volumes foram lançados em formato físico durante a pandemia, saindo inclusive em CD. Teve uma grande repercussão no Brasil e América Latina toda. Foi muito bom que o Brasil pode ver o volume imenso de bandas no Nordeste.
E falando nisso, como é a cena na região de Itabuna e do sul da Bahia?
A cena é muito boa, muitas bandas compondo e lançando material, fazendo clipes. Vários eventos sendo realizados, o que ajuda bastante na cena da Bahia.
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Ex colaboradore das antigas Six Seconds e Calliope Magazine e alguns blogs de música. Resolveu fazer o próprio site enquanto não tem dinheiro o suficiente pra fazer uma versão BR do Audiotree Live.